sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

José Roberto Arruda Govenador DF

Preso, Arruda é transferido para sala menor e sem banheiro na PF
da Folha Online, em Brasília Imagem Sergio Lima


Preso há oito dias na Superintendência da Polícia Federal, o governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), foi transferido de sala nesta sexta-feira. O novo local onde o governador afastado vai ficar preso tem 16 metros quadrados aproximadamente, conta com um beliche e não há banheiro. A sala é do Comando de Operações Táticas.

Antes, Arruda estava em uma sala do INC (Instituto Nacional de Criminalística) com 40 metros quadrados, banheiro individual, ar condicionado, duas mesas e cama. Ele ainda era acompanhado por dois agentes.

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Em nota, a Polícia Federal explicou que a mudança tem o objetivo de restabelecer a rotina de trabalho no local. Segundo a PF, a nova sala destinada à prisão de Arruda cumpre as exigências legais para prisão de uma autoridade.

Sérgio Lima/Folha Imagem

STJ determinou prisão de Arruda (foto) e mais cinco por tentativa de suborno no DF

"O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, foi transferido nesta tarde da sala onde estava sob custódia da Polícia Federal desde a data de sua prisão, no dia 11 de fevereiro. A transferência tem como objetivo a retomada da rotina de trabalho da Diretoria Técnico Científica, bem como a racionalização da segurança disposta para a custódia, com padrão compatível com as prerrogativas legais de prisão especial."

Segundo o advogado Nélio Machado, o governador afastado deve ter perdido uns três quilos na última semana. Arruda tem recebido refeições caseiras e cuidados médicos, além de ter direito a banho de sol.

O advogado afirmou que o governador tem se demonstrado abatido e que não pensa em renunciar ao cargo.

Desde que se apresentou à Polícia Federal, Arruda tem recebido a visita dos advogados, de amigos, como o secretário Alberto Fraga (Transportes), do cunhado e da mulher, Flávia Arruda.

Supremo

Machado afirmou esperar que os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) "sejam sensíveis" e concedam liberdade ao governador.

Segundo ele, a defesa vai aguardar a análise do mérito do habeas corpus pela Corte --prevista para a próxima semana-- para tentar livrar Arruda da custódia que foi decretada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), sob a acusação de ter participado da tentativa de suborno do jornalista Edson dos Santos, o Sombra, uma das testemunhas do esquema de arrecadação e pagamento de propina.

"Nós vamos esperar o habeas corpus porque esse é o melhor caminho e o mais rápido nesse momento. Um pedido de reconsideração ao STJ poderia levar mais tempo e ser ainda mais desgastante. A nossa avaliação é que o habeas corpus é o melhor remédio", afirmou.

Machado disse que está confiante no STF para livrar Arruda da prisão e que acredita até mesmo em uma reconsideração do ministro Marco Aurélio Mello, que negou o habeas corpus, em caráter liminar, na semana passada.

"Eu estou confiante. Agora, nos esperamos que os ministros sejam sensíveis e percebam que até agora o governador não foi ouvido sobre essa questão, que a prova que o STJ e o Ministério Público apresenta foi contaminada por uma pessoa destituída de credibilidade e que esse flagrante de suborno foi obscuro e que não há prova concreta contra o governador", disse.

A PGR (Procuradoria Geral da República) encaminhou ontem ao STF parecer defendendo a manutenção da prisão preventiva de Arruda. Para a vice-procuradora-geral da República, Deborah Duprat, a prisão é necessária para garantir a manutenção da ordem pública e para garantir o curso da investigação.

O relator do caso no STF, ministro Marco Aurélio Mello, havia afirmado que só submeteria o pedido de liberdade de Arruda ao plenário da Corte após o parecer do Ministério Público Federal.

A denúncia contra Arruda e mais cinco pessoas foi apresentada pelo Ministério Público Federal ao STJ. Marco Aurélio disse à Folha Online no início da semana, que, no atual cenário, não mudaria sua decisão. "É preciso que surja um fato novo que venha demonstrar que o governador não teve participação nessa tramoia toda", disse. Publicidade
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da Folha Online, em Brasília
Fonte Folha Online.

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