Trata-se de uma zoonose de grande importância social e econômica, por apresentar elevada incidência em determinadas áreas, alto custo hospitalar e perdas de dias de trabalho, como também por sua letalidade, que pode chegar a 40%, nos casos mais graves.
Em situações de enchentes, inundações e alagamentos, a urina dos ratos, presente em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama das enchentes. Qualquer pessoa que tiver contato com a água ou com a lama contaminada poderá ser infectada.
“Esta pessoa que apresenta os sintomas, inclusive, não deve deixar de relatar ao profissional da Saúde sobre o seu contato com água, lama, ou terreno baldio onde possa ter ficado exposta à contaminação através da urina do rato”, disse a enfermeira sanitarista Maria Filomena de Gouveia Vilela, coordenadora da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) da Secretaria da Saúde da Prefeitura de Campinas. Somente o médico é capaz de diagnosticar e tratar corretamente a doença.
Diagnóstico precoce
A leptospirose é uma doença curável e seu diagnóstico e tratamento precoces são as melhores soluções. Os primeiros sintomas podem aparecer de um a trinta dias depois do contato com a água ou lama contaminada, mas, na maioria dos casos, aparece de sete a quatorze dias após o contato com a urina do roedor. O tratamento é baseado no uso de antibióticos, hidratação e suporte clínico, orientado sempre por um médico, de acordo com os sintomas apresentados.
De acordo com o Ministério da Saúde (MS), a ocorrência da leptospirose está relacionada às precárias condições de infraestrutura sanitária e alta infestação de roedores infectados. As inundações propiciam a disseminação e a persistência do agente causal no ambiente, facilitando a ocorrência de surtos.
Não existe uma vacina para uso humano contra a leptospirose no Brasil. A vacinação de animais domésticos e de produção (cães, bovinos e suínos), disponível em serviços particulares, evita que estes adoeçam e transmitam a doença por aqueles sorovares que a vacina protege, ficando a critério do proprietário, vacinar ou não o animal, sendo válida como estratégia de proteção individual.
Roedores
A presença do roedor em áreas urbanas e rurais gera agravos econômicos e sanitários de relevância ao homem. O roedor participa da cadeia epidemiológica de pelo menos trinta doenças transmitidas ao homem. Leptospirose e hantaviroses (por eles transmitidas) são doenças de importância no Brasil. Ocorrem, em média, cerca de 3,2 mil casos de leptospirose humana no país anualmente, com letalidade média de 12%.
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